"No Egito as bibliotecas eram chamadas Tesouro dos remédios da alma. De fato é nelas que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras.”

(Jacques Bossuet).

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Fé e saúde

Fé.saúde

Embora ainda vivamos num mundo dominado pelo pensamento cartesiano e a nossa ciência ainda seja de “visão estreita”, felizmente há muitos pesquisadores pelo mundo afora que tem amplitude de visão e que não se deixam dominar pelo receio de parecerem “ridículos” quando realizam estudos sobre assuntos não ortodoxos e publicam suas descobertas.

Um desses assuntos, que ainda causa controvérsias, é o fator associado a curas ou à saúde. A maior parte da comunidade científica não aceita que a fé possa causar melhoras na saúde de alguém ou uma cura, no entanto diariamente, em alguma parte do mundo, isso acontece.

O que os cientistas se recusam a ver é que a vida do ser humano está fundamentada em suas crenças, boas ou ruins, positivas ou negativas. O mundo é aquilo que acreditamos que seja. Nós somos o nosso sistema de crenças! Fé é o ato de acreditar em algo, portanto se uma pessoa acredita que uma oração vai curá-la, ela se curará. A história humana está repleta desses “causos”.

Jesus já dizia: tua fé te curou. Claro que os céticos não acreditam em nada do que encontram na Bíblia, mas nesse assunto específico é porque ignoram a força das crenças. Tenho uma amiga que teve um órgão extirpado numa cirurgia e o reconstruiu (ela é uma xamã,) só para ter de ouvir depois um médico dizer-lhe, ao constatar a presença do órgão em posterior exame, que ela tinha se enganado, que não tinha feito cirurgia nenhuma. Em outras palavras, chamou-a de louca. rsrs

Para confirmar minhas palavras iniciais sobre os cientistas de mente aberta, cito a seguir material a respeito do assunto:

“Um grupo de cientistas do Centro da Espiritualidade e da Mente da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, está investigando como a fé e a espiritualidade afetam a saúde e o comportamento humano. A partir de análises de imagens computadorizadas, eles verificam o comportamento de determinadas áreas cerebrais e a alteração de níveis hormonais.

"A espiritualidade e a fé não estão necessariamente relacionadas com a fé religiosa", disse Andrew Newberg, diretor do centro. Segundo ele, os sentimentos de clareza e bem-estar podem vir também de outras expressões artísticas, como meditações não-religiosas, um bonito pôr-do-sol ou ao ouvir música. “Ateus também têm fé".(http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI1375275-EI8148,00.html)

“Época – Como Deus pode mudar a estrutura cerebral das pessoas?

clip_image002Newberg – Os nossos estudos usando imagens do cérebro mostram que, no longo prazo, há alterações no lobo frontal (relacionado à memória e à regulação das emoções) e no sistema límbico (ligado às emoções). As pessoas tendem a conseguir controlar mais suas emoções e expressá-las. A meditação e a oração ajudam a melhorar a relação consigo mesmo e com os outros. Também especulamos que essas práticas alteram, inclusive, a química cerebral, como os níveis de serotonina e dopamina, que regulam nosso humor, nossa memória e o funcionamento geral de nosso corpo, mas ainda não temos provas disso.

Época – Em seu livro, o senhor fala bastante da meditação, uma prática tradicionalmente ligada às religiões orientais. Existe alguma diferença entre, por exemplo, o catolicismo e o budismo?

Newberg – Não olhamos exatamente para as diferenças entre as religiões, mas para as diferentes práticas. A forma como você pratica a religião é mais importante que as ideias religiosas em si.

Época – Há um consenso entre os cientistas de que a fé pode ajudar na manutenção da saúde?

Newberg – Muitos cientistas acreditam que a espiritualidade tem um papel na saúde. A pergunta é quem vai administrar isso e como os profissionais de saúde vão lidar com a espiritualidade de uma maneira apropriada e benéfica. Essas questões ainda não foram respondidas.

Época – Há alguma diferença neurológica entre aqueles que creem e os que não creem em Deus?

Newberg – Encontramos algumas diferenças, sim, e também notamos diferenças dependendo do tipo de prática religiosa. O problema é que nunca sabemos se aquelas mudanças estão lá porque a pessoa é religiosa há muito tempo ou se ela nasceu daquela maneira e, por causa disso, procurou um tipo de religião ou meditação.” (http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI64993-15224,00-A+FE+QUE+FAZ+BEM+A+SAUDE.html)

Entrevista com o Dr. Jeff Levin, epidemiologista social formado em religião, sociologia, saúde pública, medicina preventiva e gerontologia na Universidade Duke, na Universidade da Carolina do Norte, na Divisão Médica da Universidade do Texas e na Universidade de Michigan (http://www.ippb.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3711&catid=80):

“P. Tem se falado na influência de fatores espirituais ou religiosos no processo de cura. Foi realizada alguma tentativa no sentido de determinar se se trata, de fato, de fatores espirituais, ou pode se tratar da ação da mente, como ocorre em tantos dos chamados “fenômenos parapsicológicos”? Em outras palavras, a crença de uma ou mais pessoas daria início a um processo ou uma ação mental. O que o senhor pensa a esse respeito?

R. Eu não estou certo de que usando os métodos naturalistas da ciência empírica poderemos algum dia desemaranhar esses dois conceitos. Aqui, nos Estados Unidos, médicos religiosamente muito conservadores opuseram muita resistência a essa pesquisa. Eles vêem os resultados de estudos de oração e cura, e quer atribuir qualquer cura subseqüente à intervenção “sobrenatural” de Deus. Outros reconhecem a possibilidade de que o ato de rezar envolva criar uma intenção mental positiva que pode ter, por si mesma, um efeito curativo. Mas isso é interpretado pelo primeiro grupo como blasfemo e até mesmo, acredite ou não, satânico – porque parece implicar efeitos que são inerentemente parapsicológicos, e a parapsicologia é considerada maligna.

Considero essa reação perturbadora por duas razões. Em primeiro lugar, fez muitos médicos cristãos conservadores rejeitar efetivamente os resultados de estudos de oração e cura, porque os estudos implicavam que as orações de qualquer um podem ser efetivas, independentemente de religião, talvez devido a algum tipo de mecanismo paranormal. Isso ameaça as reivindicações de exclusividade que alguns fazem para sua própria religião e para os resultados de orações dessa religião.

Em segundo lugar, se os resultados forem devidos “apenas” à parapsicologia – em vez de a Deus, por assim dizer -, por que isso seria um problema? Em última instância, todos esses efeitos vêm de Deus. Eu acredito que o Criador dotou os seres humanos com todo tipo de aptidão, algo que os grandes místicos conhecem há milhares de anos e que cientistas ocidentais só agora procuram entender. Mais de cem anos de pesquisa parapsicológica confirmaram isso, para satisfação minha e de muitos outros.

P. Já ouvimos falar de experiências de “prece a distância”, com resultados positivos. Inclusive, as pessoas que realizavam as preces não sabiam a quem elas se dirigiam. O que o senhor pode nos dizer sobre esse assunto?

R. Como muitos leitores já devem saber, houve vários estudos recentes que investigaram os efeitos da oração a distância. Alguns desses estudos foram, de fato, bem controlados, com método duplo-cego e amostragem criteriosa; foram testes clínicos de certa forma similares aos testes farmacológicos que avaliam os efeitos de novas drogas. Para horror de muitos médicos acadêmicos convencionais, alguns desses estudos mostraram resultados, com índices de recuperação que foram melhores entre os pacientes que foram alvo de orações sem o saberem do que entre os pacientes dos grupos de controle.

Acredite ou não, já houve quase duzentas investigações desse tipo. E não só em pessoas, mas em outros organismos, como animais e plantas. A pesquisa foi compilada de forma muito abrangente em um livro soberbo chamado Spiritual Healing (Cura Espiritual), escrito por meu amigo Dr. Dan Benor, um médico norte-americano. Ele descobriu que cerca de um quarto dos estudos foi realizado com uma metodologia de pesquisa impecável, e que, desse um quarto, aproximadamente três quartos constataram resultados positivos. Em outras palavras, isso é evidência de que orações à distância tiveram um efeito mensurável e benéfico.

P. Existem diferenças visíveis entre “estar associado a uma religião” e ter o que se poderia se chamar de uma “atitude espiritual independente”? Faz diferença se a pessoa reza numa igreja ou em qualquer outro tipo de templo, ou se ela reza em casa e segundo suas próprias regras? O que conta, afinal, é o comportamento, é o modo de pensar, é uma sintonia especial ou outro fator?

R. Eu não acredito que faça qualquer diferença. Um dos primeiros fatos básicos que descobri quando comecei minha pesquisa, vinte anos atrás, é que um efeito saudável da religiosidade ou da espiritualidade parecia ser uma constante universal na natureza. Isto é, quando se toma como referência pessoas sem um caminho espiritual ou a população como um todo, efeitos epidemiologicamente protetores ou preventivos foram observados em católicos, protestantes, judeus, budistas, hindus, muçulmanos, zoroastristas, etc. Além disso, uma quantidade considerável de estudos mostrou um benefício às pessoas que, mesmo não sendo formalmente religiosas, estão envolvidas com meditação ou outras buscas espirituais.

O Institute of Noetic Sciences, uma esplêndida organização na Califórnia, publicou um relatório excelente chamado The Physcal and Psychological Effects of Meditation (Os Efeitos Físicos e Psicológicos da Meditação) documentando esses estudos.”

Então, podemos ver pela entrevista com o Dr. Levin, que além do ceticismo ser uma barreira para maiores pesquisas sobre o assunto, também as crenças religiosas atrapalham o desenvolver do conhecimento.

Reflitam sobre suas crenças ...

Imagem: institutomauriciodenassau.com.br

Este blog foi criado para você, leitor. E só saberei se você está satisfeito se comentar os posts, ou então, pergunte, questione e sugira temas ou modificações.

5 comentários:

Cidadão Araçatuba disse...

Oi Atena!
Assunto complicado...
A gente vê nas tv's da vida gente paralítica andando, cegos enxergando.
Acredito que a fé não tenha explicação, e que por isso não pode ser interpretada pela ciência, mas nesse mundão, existe tanta coisa que a ciência não explica, não é?
Algumas pessoas não têm discernimento para entender e separar o racional do emocional, talvez por isso as religiões cooptam cada vez mais fiéis.
O fato é que a religião (principalmente a católica) vem querendo se aproximar da ciência. Na era da informação não dá para imaginar que se possa curar só no berro!
Abração!

Atena disse...

Olá Cidadão:
Realmente este assunto é polêmico e se ouve e vê de tudo um pouco.
Já assisti na tv programas de curadores evangélicos americanos que só quem não quer ver é que acredita nas curas deles, em contrapartida também já assisti outros curadores que têm suas curas documentadas.
Acredito que conforme a consciência do planeta vá aumentando, mais facilmente haverá a reunião da ciência e do espiritual. Talvez meus netos vejam isso, por enquanto tá difícil. rsrs
abraços

Ana Lima disse...

Olá Atena,
Estou chegando em Boa Vista/RR e muito feliz em conhecer o seu trabalho. Sobre esse tema Fé/Ciência/Saúde, tenho algumas experiências pessoais que a ciência me desenganou e depois não pode explicar minha recuperação. Eu tenho FÉ e eu estou aqui contando estórias, sem nenhum medo de estar deste ou o outro lado do véu!...rsrs
Gostaria de manter um contato pessoal c/ vc. Como fazê-lo? Enviei alguns e-mails, mas não obtive resposta...
Grande abraço.
Eu Sou Ana

Atena disse...

Ana:
Se você enviou para este endereço: iamatena@gmail.com não sei o que aconteceu. Realmente não recebi nada de sua parte. Às vezes acontece dos e-mails extraviarem, mas tente de novo, será um prazer manter contato.
Ou então volte aqui e coloque seu e-mail que então farei contato.
abraços

ana lima disse...

Oi Atena,
Sim, foi p/ esse seu e-mail q escrevi.Se vc puder me contactar - ana.surya@yahoo.com.br - ficarei agradecida.
Abraços,
Ana